sábado, 19 de janeiro de 2013

Lost in Winnipeg - parte II


Lembram quando fiz um post sobre “perdida em Winnipeg – parte I” falando que eu tinha certeza de que ia ter um parte II? (rs) então, dito e feito. Na verdade essa aqui devia ser a parte 6 talvez, porque me perdi bem mais do que duas vezes, mas se eu for contar cada vez...
Essa aqui merece um post porque foi a principal, ainda na frente do dia do boliche.
Então como eu já disse, minha host Family foi para o Havaí dia 17. No dia 21, sábado, decidi ir dormir na casa de uma amiga minha.Chamei um táxi (porque a casa da minha amiga que eu estava indo dormir é fora de Winnipeg e não tem ônibus pra lá) e fui. Dei o endereço pro taxista e ele falou que não sabia onde era e o GPS dele não estava achando. Já com a bateria do meu celular fraca (uns 20%) mandei uma mensagem pra minha amiga e ela me explicou como fazia pra chegar lá. Tudo OK até aí. Eu já tinha ido até casa dela, mas como estava escuro (7h da noite já está bem escuro aqui) eu não consegui ver direito qual era a casa, mas mesmo assim o taxista parou e falou que era ali de acordo com o GPS dele. Saí do táxi e não tinha mais nenhum carro passando nessa rua, e uma casa fica a uns 400 metros longe da outra. TRINTA GRAUS NEGATIVOS, meu celular com 8% de bateria, escuro, e o  táxi não estava mais ali. Mandei outra mensagem pra minha amiga e aquela era mesmo a rua dela, mas não a casa certa. Consegui acessar os mapas do meu celular e dizia que eu estava no lugar certo. Mandei outra mensagem pra minha amiga, até que... a bateria do meu celular acabou!
Eu tinha certeza de que não era nenhuma daquelas casas, e pra ajudar NENHUM carro passava na rua. Minha mão já estava quase congelando porque tive que tirar a luva pra mandar mensagem no celular, e como estava sem bateria, entrei em desespero! Eu não sabia o que fazer, o frio era uma coisa absurda, e não tinha mais ninguém na rua.
Depois de alguns minutos tentando achar uma saída pra aquela situação (já com os dedos quase congelados), pensei comigo: “isso aqui é o Canadá, e os canadenses, apesar de terem famas de ser ‘frios', tem o coração quente’”, e decidi bater na primeira casa. Toquei a campainha uma primeira vez. Nada. Toquei de novo. Os cachorros começaram a latir, mas parecia não ter ninguém. De repente um carro milagrosamente passa na rua. Eu acenei, mas fui ignorada pelo maldito. Entrei um pouco mais em desespero, mas decidi andar até a próxima casa (uns 400 metros pra frente), e a salvação da minha vida foi quando a mulher atendeu a porta. Eu falei que estava perdida e estava procurando tal endereço, e antes de eu sequer terminar a frase, ela disse “Entra, entra! Depois você explica o que aconteceu. Você precisa entrar porque tá muito frio pra ficar aí fora. Entra!”. Tudo bem, né, entrei, expliquei que o taxista me deixou no lugar errado, e a mulher e o marido dela me falaram que não é a primeira vez que acontece de alguém ser deixado no lugar errado pelo táxi, e falou que ia ligar para a companhia de táxi para pedir meu dinheiro de volta. Eu falei que eles não precisavam se incomodar com isso, e ele disse que me levaria de carro até o lugar que  eu precisava ir! Claro que aceitei a carona, afinal, nada pior podia acontecer do que ter quase congelado lá fora, Ele sabia qual era a casa que tinha intercambista (a da minha amiga) e me deixou lá. Não era perto dali pra ir a pé, dava uns 2 km. Fiquei sem palavras e não sabia como agradecer, eles foram MUITO legais em me convidarem pra entrar e me darem carona. Salvaram minha vida.
Depois desse dia, os canadenses me passaram uma imagem bem melhor. Eles realmente procuram ajudar as pessoas, e são totalmente confiáveis pra você bater na porta de uma casa e poder entrar (agora sou a prova viva disso!).
Eu gosto do Brasil, mas tenho que confessar que eu teria muito medo de aceitar entrar na casa de alguém. Infelizmente, ainda é não é assim que funciona no Brasil. Há quem discorde de mim, mas aqui as pessoas são realmente muito honestas!

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